o que deu errado na nossa relação com o trabalho? dia desses a @floatvibes lançou um estudo sobre essas vibes, e uma pergunta muito interessante pipocou: é de bom tom falar sobre nomadismo e anywhere office, enquanto tanta gente está sem trabalho? você já pensou/sentiu vergonha desse movimento nessa ótica?
talvez seja a hora (já passou) de darmos novos contornos para essa definição. viajar é só pra rico? trabalho remoto é privilégio? a meritocracia não é um valor da nossa comunidade, tem gente que não vai conseguir de jeito nenhum. nesse sentido, o único jeito de fazer diferente, é pensando diferente.
a gente acha que não precisa ser louco para fazer esse diferente. não precisa largar tudo, nem precisa sair de casa(!!!). gostamos de pensar que o nosso diferente, desafia e caracteriza O MOVIMENTO (podendo até mesmo ser estático do ponto de vista da física). a gente precisa confiar, se dar conta de que a viagem é pra dentro. vamos precisar de mais que dicas e roteiros de destinos.
estamos doidos pra conhecer os nômades que nunca saíram de casa, aqueles que encontram novas formas de se por em movimento todos os dias, mesmo na inércia. aquele que ignora as regras e normas, e em suas próprias trajetórias, faz dos encontros e relações, a dinâmica da vida (que não tem sentido).
falando em dinheiro
quer dizer que tá proibido viajar? não, aliás, ninguém aqui quer construir uma linha de comportamento a ser seguida. nossa missão é apresentar fatos e referências que acreditamos, para oxigenar mais ideias, consequentemente, proporcionar mais trocas.
e no meio destas trocas, tem alguém que está com a gente desde o início. alguém quem confiamos muito quando o assunto dinheiro (e quando não é também). afinal, a gente nasceu pobre, mas não nasceu otário, e se organizar direitinho, todo (quase) mundo viaja.
stephane almeida, teve o disparate de escrever um artigo no linkedinho dedicado para nossa comunidade, dividindo um pouco do que eu viveu na austrália e como poderia ter ficado muito mais tempo, se aplicasse tudo que sabe hoje. e afinal, o que ela sabe? teté tem um canal que se chama @finansério, com um proposta simples e enxuta: ter uma relação melhor com seu dinheiro através do conhecimento. parte da nossa missão, é entender como saúde financeira tem a ver com vida nômade (seja lá que tipo de nômade é você).
eu nasci pobre, mas não nasci otário 💸
dia desses nath finanças falou sobre dinheiro e culpa: porque sentimos culpa ao gastar dinheiro? “lidar com a culpa de estar ascendendo socialmente é muito complicado”. o emergente em ascensão não tem paz pra gastar uma grana, sem ser taxado de “perdeu a essência”. parece agora que sina de pobre, é ser pobre.
por isso, quando a gente pergunta se você já sentiu vergonha de se intitular nômade, (em um país fodido que nem o brasil em termos de desemprego), tem um misto desse sentimento também. a gente queria acreditar que todo mundo pudesse escolher como de viver a dinâmica da própria vida, mas se grande maioria não pode, como eu me comunico de forma coerente? não sabemos a resposta, mas gostamos muito dessa pergunta.
“Eu sei o que você sente” é uma forma de calar o sujeito que sente. Intencional ou não. (…) Colocar-se no lugar do Outro não é fácil como aparece na propaganda. E como lidar com essa impossibilidade? Há duas formas bem populares, ambas bem arrogantes: 1) fazer da distância e ignorância um pretexto para o preconceito e a exclusão; e 2) a mais indicada hoje em dia, acreditar que eu também posso ocupar aquele lugar, traduzindo, distorcendo e limitando a realidade do Outro à minha própria interpretação.” Lucas Liedke
apropriação capitalista do slow travel
a manu, do @escritoriaviajante, tem uma reflexão muito consciente sobre como o slow travel, pode se mostrar uma armadilha em alguns contextos. o texto vale MUITO A PENA e tem tudo a ver com o tema de hoje.
“um bando de hype, cool e afins que devem estar sem grana, ou entediados de praticar o turismo predatório que sempre praticaram, resolvem viajar na pegada mais aventureira e inventam um termo para legitimar e diferenciar seus estilos de viagens dos viajantes sem grana” Manoela Ramos.
vamos fechando a lojinha aqui hoje. essa edição deu muito gosto de escrever, ela ensina que tem muita coisa aberta, sem resposta, vagando por aí, e é disso que nós gostamos. deus o livre do surto cafona do mundo binário. nós gostamos das possibilidades: pedimos licença pra errar e pedimos desculpas também. seguimos errando.
quando a gente junta
desafiamos nossos membros, a se tornarem nossos criadores, deixando de ser apenas leitores passivos, e se tornarem parte (e autores) da aventura. a forma como co-criamos, é uma obra de arte coletiva, é por isso que nossa planilha está sempre aberta, se você acha que pode colaborar, ou apenas quer indicar/conectar pessoas à nossa comunidade, não hesite em clicar.
Rolou na edição anterior:
#8 | elo: humanidade e viagens | tiragem #8
#7 | que bicho é um nômade
inté semana que vem e não esqueça de compartilhar :)
👧 curadoria e textos por Mari Rosa.
📩 essa é uma newsletter (co-criada) sobre Nomadismo Digital, acreditamos que esse processo invariavelmente passa por ter conversas sobre trabalho, comportamento, família e saúde (mental e física) - e como todas estas coisas conversam entre si, para o sucesso do processo. se você gostou do que encontrou aqui, toda quinta feira tem mais, para receber por e-mail, é só se inscrever: