nossa comunidade existe há mais de 1 ano, mas somente agora começamos nossos primeiros ensaios para organizar e dar forma a ideia de ressignificar o nomadismo digital, romper com o colonialismo moderno e desafiar os esteriótipos prejudiciais que os conteúdos de viagem impõe.
e para isso, na 7 edição estruturada desse sonho (número auspicioso), começamos pelo básico:
que diabos é um nômade digital?
em um mundo surtado pela consciência binária, aficcionado pelas respostas euclidianas, nós pedimos mais, junte-se a nós e faça parte da aventura que é este debate. começamos essa discussão essa semana, lá no instagram, e trouxemos algumas referências como ponto de partida.
a pausa obrigatória que a mãe natureza trouxe com a pandemia, paralisou muito dos movimentos que mais caracterizam a ponta do iceberg, a acerca do que é ser um nômade: viajar. mas será que é só isso?
Ter feito do pensamento uma potência nômade. E mesmo se a viagem for imóvel, mesmo se for feita num mesmo lugar, imperceptível, inesperada, subterrânea, devemos nos perguntar quais são nossos nômades de hoje?” – Deleuze, A Ilha Deserta, Pensamento Nômade
a origem da palavra nômade, vem do latim, significa “errante, sem destino”. é aquele que ignora as regras e normas, e em suas próprias trajetórias, faz dos encontros e relações, a dinâmica da vida.
salve Chorão (!!!), uma grande referência nômade para nós, que sempre acreditou que, viver e ser livre, saber dar valor as coisas simples, era a essência do seu movimento, ainda que estático.
e para você leitor, que é ser nômade? se fosse para escolher um animal, ornitorrinco agrada muitos de nós quanto a definição, é bizarro como eles se adaptam, e praticamente não tem definição (😂), o eterno devir.
stalkeamos há um tempo um casal de nômade e designers, Giovanna e Marcelo, vozes por trás do pinjoy.blog, que sim, inicialmente ganharam nossos olhares pelo bom gosto artístico (designers né 🙇♀️), mas dia a pós dia, mostraram que tem aquilo que a gente mais gosta: autenticidade de uma vida real.
gente que tá no corre, porque viver e trabalhar de onde quiser, não é conversa para boi dormir. precisamos falar sobre ergonomia. já experimentou dar um google na palavra, nômade digital? bem, embora a gente ame Charle Brown Jr, o escritório na praia não cabe em toda profissão e a menos que você queira beber todo dia (não recomendamos), o estereótipo do cara que trabalha à beira da praia, com um macbook e um lindo drink a mão, não faz muito sentido para nossos valores.
“Quando se começa a trabalhar nesse rolê remoto existe toda uma energia dentro de você que diz que o legal é trabalhar de qualquer lugar. (…) Aí depois de umas horas desconfortáveis passa a dar valor pro espaço de trabalho apropriado. Não que precise ser escritório, só confortável e ergonômico mesmo. Tudo o que essa sala tinha de linda ela tinha de desconfortável, rendi pouquíssimo aí 😂 mas a foto ficou maneira.”Giovanna Flugel.
total admiração por quem trabalha de qualquer lugar, muitos de nós não somos os nômades “instagramáveis” e assim como a Giovanna, precisamos de um mínimo de ergonomia, ocidental é assim né? fazer o que (!!).
Flexibilidade
as restrições de viagem impostas pela pandemia, acenderam o fogo da necessidade exploratória de muita gente, com isso, flexibilidade é o ponto chave para o reaquecimento do mercado tão afetado.
e é mais ou menos isso muitas empresas começaram a oferecer para quem se sente confortável em voltar a viajar. o futuro incerto atingiu muito forte o setor de turismo, e as alternativas para se recuperar, são ótimas para os usuários. datas, destinos e políticas de cancelamento, tá tudo muito mais amigável no Airbnb.
semana passada trocamos ideias sobre o espírito revenge travel, e o negócio tem ganhado forma no mercado, virtual vacation tá em todas. vídeos em alta qualidade que emulam uma viagem sem sair de casa, eu dirigi em Londres, e realmente, não sei se tô preparada para mão inglesa.
não somos do tudo ou nada, embora trabalhar à beira da praia não funciona para muitos de nós, se liga nesse corworking nas Filipinas. juro que achamos mais pé no chão que muita foto de anywhere office por aí, mas não sabemos se uma geração com transtorno de déficit de atenção tá preparada para isso. depende muuuuito do objetivo, o site se posiciona de uma maneira muito lúdica, mas acho que eu daria muita chance a curiosidade e claro, as boas histórias que um dia aí poderiam proporcionar.
vamos nos despedindo, não sem antes deixar algo em movimento.
quando a gente junta
desafiamos nossos membros, a se tornarem nossos criadores, deixando de ser apenas leitores passivos, e se tornarem parte (e autores) da aventura. a forma como co-criamos, é uma obra de arte coletiva, é por isso que nossa planilha está sempre aberta, se você acha que pode colaborar, ou apenas quer indicar/conectar pessoas à nossa comunidade, não hesite em clicar.
Rolou na edição anterior:
#6 | 74% dos brasileiros prefere viajar a viver um amor
#5 | não levantem cercas à minha volta
inté semana que vem e não esqueça de compartilhar :)
👧 curadoria e textos por Mari Rosa.
📩 essa é uma newsletter (co-criada) sobre Nomadismo Digital, acreditamos que esse processo invariavelmente passa por ter conversas sobre trabalho, comportamento, família e saúde (mental e física) - e como todas estas coisas conversam entre si, para o sucesso do processo. se você gostou do que encontrou aqui, toda quinta feira tem mais, para receber por e-mail, é só se inscrever: